O TRUQUE PUBLICITÁRIO DE QUE VOCÊ É UM LIXO!
A sociedade não quer que você goste de si mesmo. A sociedade não quer que você confie em si mesmo. Quanto mais você gostar de si mesmo e confiar em si mesmo, mais perigoso você é para a sociedade na forma em que ela está organizada hoje. Porque você vai ser mais livre, mais independente, e você só vai fazer qualquer coisa se houver uma ressonância com o seu coração, com aquilo em que você acredita, com você mesmo.
Observe uma criança. Ela curte e muito ser ela mesma, ela não fica analisando se está muito magro ou muito gordo, não fica pensando que seu cabelo black power poderia/deveria ser mais liso. A auto-estima das crianças ainda está – relativamente, dependendo da idade – intacta. Por isso mesmo, as crianças são meio imprevisíveis. E a sociedade não quer indivíduos imprevisíveis.
E, assim, uma meia-dúzia por aí usa de todas as artimanhas possíveis e imagináveis para convencer toda a humanidade de que todo mundo é errado, inadequado, defeituoso, problemático.
Pensa! De um lado, as mulheres são ensinadas que são feias/inadequadas porque são muito gordas, ou muito magras, ou muito baixas, ou muito altas, ou têm lábios muito finos, ou não têm cílios longos o bastante, ou, ou, ou. De outro, os homens são treinados a achar bonito um tipo bastante específico – e diga-se de passagem raro, na vida real – de mulher.
A meu ver, gera infelicidade para todos. A auto-estima da mulher cai porque ela não é quem ela “deveria” ser, e a do homem – que nunca ou quase nunca pegará a mulher que “deveria” estar pegando – também não deve ficar das melhores.
Indo mais fundo surge uma questão: mas que intuito há em gerar tudo isso? – é justamente que você é ou está inadequado porque não tem ou usa determinado produto ou serviço. É assim que surge a necessidade por novas coisas, base de toda a propaganda – e do consumo em si.
Portanto não fiquem tristes e nem se impressionem, sempre encontraremos nas revistas e meios de comunicação a mensagem de que somos de alguma forma inadequados. Então, se sabemos onde está pelo menos uma das fontes do problema, acabou o transe.
Afinal, quem está em maior número? Quem impõe os padrões inatingíveis de beleza ou nós, os inadequados, os gordinhos, os de cabelos cacheados, os baixinhos, os diferentes? Aliás, quem são os diferentes, pensando bem?
O que aconteceria se os “inadequados” resolvessem reagir, em vez de ficar sentados quietinhos nos seus assentos assistindo o truque ser orquestrada por uma meia-dúzia?
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