sábado, 2 de maio de 2015

A VIRTUDE ESTÁ NO MEIO

AFINAL PODEMOS SER DUROS SEM SER RADICAIS, ASSERTIVOS SEM SER GROSSEIROS?


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A cada dia que passa eu dou mais razão ao Nelson Rodrigues, quando disse que “o jovem tem todos os defeitos do adulto e mais um: o da inexperiência”. É inacreditável como a maturidade nos traz temperança, nos faz ver que nem tudo é o que parece (na verdade NADA é o que parece) e nos faz questionar os consensos mais arraigados na nossa personalidade.
Não devemos nos tornar "donos da verdade". Por outro lado, é importante lutar pelo que acreditamos, ainda que muitas vezes isso nos faça parecer "chatos". O ponto certo é tentar influenciar as pessoas sem rotulá-las. É muito difícil chegar a este equilíbrio. Mas é importante que as duas coisas caminhem juntas.
Eu, particularmente, desconfio de pessoas educadas demais, civilizadas demais. Eu gosto de lidar com seres humanos reais, não com pessoas do tipo gurus espirituais que levam a vida só no sapatinho e também desconfio de pessoas muito artificiais. 
Sei que discursos, imposições e outras coisas podem ser erradas, mas não se pode tratar o fraco com fraqueza. Temos que ser duros, racionais e, mais do que tudo, sermos amorosos, mas com coragem e sinceridade. 
Sejam eles amigos, "bróders", primos, pais, filhos, colegas de trabalho, sócios, recém conhecidos, não importa: o fato é que quase não usamos nossas relações para melhorar nossa vida. Não demora para todos aceitarem nossos hábitos negativos.
O ponto central do texto é exatamente esse.
Nem sempre quem discute ou argumenta está querendo ter razão - e sim, provocar o outro lado para que ele se mostre, para que haja troca, para que verdades possam ser questionadas e eventualmente, formarem outras visões. Mas percebo que essa dose é muito pessoal. Há quem se sinta afrontado por pouco, e se retire cedo demais de uma conversa. Há quem não tenha limites e continue batendo infinitamente na mesma tecla, sem nem sequer ouvir o outro lado ou dar espaço para que ele se coloque. E no fim das contas, endossamos um auto engano coletivo, onde vivemos na presença de pessoas que nunca se fazem presentes de verdade. E é assim que, se deixarmos, juntos compartilhamos solidão.
Deixamos os outros em paz para sermos deixados em paz. Em paz com nossas aflições, enganos, crenças, fracassos, tiques nervosos, padrões destrutivos. 
Portanto ...
...sem julgar ou se colocar como superior, mesmo sem saber respostas e saídas, insista, diga o que precisa ser dito, arraste-o para onde ele precisa ir, coloque-o contra a parede, teste seus limites, pregue peças, pergunte.
Cutuque seus amigos a cada momento que eles não forem autênticos, que eles estiverem sendo pouco, fazendo menos. Não compre suas justificativas, desculpas, culpas, draminhas, desvios de olhar. Não faça cafuné. Mande a real e não aceite nada menos do que uma atitude ponta firme, livre de bobagens e mediocridades.
Caso contrário nunca teremos um contato verdadeiro de respeito com o outro em nossa realidade...(nem com aqueles que a gente diz que ama).


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