segunda-feira, 5 de outubro de 2015

REPENSANDO A ESPIRITUALIDADE

A VAIDADE DOS "AMBIENTES ESPIRITUAIS" OU RELIGIOSOS

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Você já se perguntou para que serve uma religião? As pessoas religiosas são melhores do que as que não são? A religião ajuda a moldar a personalidade de uma pessoa? São muitas as perguntas, mas o que eu digo a você é que seguir alguma religião pode ser muito bom desde que não seja movida por pura vaidade espiritual, a pior de todas as vaidades.
Mas o que é a vaidade espiritual? Vou explicar.
A vaidade espiritual é praticada quase sempre por pessoas que são extremamente engajadas na igreja ou em grupos de oração, nos auto-qualificados “ambientes espirituais” ou religiosos, grupos de pessoas pretensamente espiritualizadas, entregues a práticas e rituais devocionais, ensinam lições de desapego e humildade, sem que, em verdade, as tenham aprendido, de fato, pois que na prática negam as virtudes que pregam. Os casos de “vaidade espiritual” são inúmeros, e existem em proporção de catástrofe demencial.
Essas pessoas têm uma falsa impressão de ter um coração privilegiado aos olhos de Deus, pensam que seus esforços serão recompensados após a morte, pensam que determinadas atividades desempenhadas nos grupos de oração são exclusivas suas, ou seja, serem feitas por outras pessoas ou deixadas de fazer por ela é algo inadmissível, impensável. 
As pessoas vaidosas espiritualmente normalmente gostam de adornos religiosos, como terços, cruzes, símbolos, bíblias o tempo todo na mão etc. Quero enfatizar que não sou contra nada disso, espero que você me entenda bem. O que estou querendo dizer é que estas pessoas sentem uma necessidade enorme de serem reconhecidas como religiosas. Isso  não é espiritual, faz a beleza da espiritualidade se tornar banal, fútil, superficial, pequena. A beleza da espiritualidade está no silêncio, na contemplação, na simplicidade, na verdade e na humildade. Quem nutre essas virtudes tem mais chance de estar praticando verdadeiramente a sua espiritualidade.
É de extrema importância diferenciar religiosidade de espiritualidade. São absolutamente diferentes. Uma pessoa pode ser extremamente religiosa e não ser espiritualizada ou uma pessoa pode não ser religiosa e ser extremamente espiritualizada. As que são vaidosas espiritualmente se enquadram na primeira possibilidade, são extremamente religiosas, mas não espiritualizadas.
Muitas adoram exageros, tais como assistir três missas em um único dia, ou rezar dois rozários, ou participar de sete pastorais da igreja, ou estar em diversas reuniões da comunidade etc. Elas fazem isso muitas vezes para dizer , até inconscientemente, que “fazem mais” do que as outras pessoas, que tem uma “missão especial”. Isso acontece com frequência, eu conheço pessoas com esse perfil e a única coisa que podemos fazer é considerar o desequilíbrio e se for o caso se afastar. Porque é bom estar perto de pessoas que cada vez mais nos façam crescer em humanidade, que nos façam crescer em amor, e não alguém que nos estimule a tentar ser um super, seja lá o que for.
A espiritualidade e as religiões servem para nos ajudar a sermos cada vez mais humanos, para crescermos em amor e em consciência. O que foge disso, com certeza não tem raízes espirituais e divinas. Creio!
A religião traz esperança , eu sou uma profunda admiradora das religiões e respeito a todas, porém as pessoas vaidosas espiritualmente pregam que sua religião é melhor que a do vizinho e frequentemente criam intrigas quanto às práticas e doutrinas das outras religiões. Isso cria um clima tenso e totalmente desgastante, onde nunca existe um vencedor, sempre terminam com perdedores dos dois lados, pois quem briga por causa de uma religião já é um perdedor antes mesmo de abrir a boca.
Por fim, a parte mais pesada da vaidade espiritual é o teatro, a duplicidade de comportamento, ou melhor, a hipocrisia. Quando na vida real não vivem o que falam e pregam. Ficam o dia inteiro dentro de igrejas e grupos, mas são incapazes de serem amorosos com a família, com o esposo, a esposa. Rezam diversos terços e vão a diversas reuniões e grupos, mas na menor discussão explodem de raiva e falam palavras agressivas. Cantam hinos e belíssimas canções, mas na hora de voltar pra casa não cedem seus lugares no banco do ônibus para a senhora idosa que está em pé. Pagam o dízimo e fazem várias ofertas, mas não ajudam os familiares, não investem em coisas valiosas com os amigos ou a família. Em resumo, negligenciam a vida real para viver de forma fantasiosa dentro das igrejas, templos, grupos e comunidades. Isso é a vaidade espiritual.
Se este texto lhe incomodou, é sinal de que aí tem! E isso já cumpre o meu propósito. Mais uma vez repito que amo a espiritualidade, mas aquela que nos torna mais humanos, que nos faz sair do nosso casulo para irmos verdadeiramente ao encontro dos nossos irmãos, que nos torna mais serenos, mais amorosos, mais compassivos, mais altruístas, mais humildes, mais simples, mais atenciosos às pequenas coisas da vida. Isso é o que considero espiritualidade no mais profundo da palavra, o crescimento em consciência e amor.
Quem julga ser bom por medo de castigo ou esperança de prêmio precisa repensar a sua espiritualidade.
Pense e repense!

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