QUANDO O MUNDO PARECE INSUPORTAVELMENTE FELIZ
Nas redes sociais vemos pessoas positivas demais demonstrando uma disposição ultraotimista com relação ao mundo, me parece que o objetivo dessas pessoas é inspirar as outras, mas isso muitas vezes acaba surtindo efeito contrário. Algumas acabam se sentindo mal por não ser tão positiva, mais feliz, uma pessoa melhor, mais forte. Ficam olhando para a positividade das outras e se perguntam o que estão fazendo errado. Ficam pensando por que se sentem tão afetada pelo mundo e por que parece ser a única pessoa a ser tão profundamente afetada pela experiência humana.
Talvez isso passe pela sua cabeça ao se deparar no seu facebook, por exemplo, com frases inspiradoras cheia de florzinhas e encharcada de promessas que você imagina que ninguém é capaz de cumprir. Talvez esteja cansada de pessoas tentando te inspirar para ter uma vida melhor, maior, mais feliz. Talvez desconfie que aquela felicidade é fake, que estão vendendo a pílula mágica da felicidade e se pergunte: mas por que eu tenho que ser tão feliz o tempo todo? Não posso só viver e pronto?
Bem, a chave central que vejo nas redes sociais não é o problema da falsa felicidade, dos estereótipos, da felicidade de fechada, mas de como nos sentimos em relação a ela.
Vidas "de fachada" sempre existiram, e sempre existirão. As máscaras estão aí para quem quiser ver, é só saber olhar bem. Relacionamentos falidos sob a fachada de amor eterno, pessoas amarguradas e feridas se mostrando como duronas, etc... E tudo isso não é certo, e deveria ser mudado, claro.
Mas o problema central (e pessoal de cada um) é como lidamos com isso.
Muitos se sentem inferiores e infelizes em grande parte por comparar suas vidas com a dos demais, e na maioria das vezes, com o que eles projetam de suas vidas (algo idealizado para parecer melhor do que é). Esta comparação é injusta, porque quando nos comparamos aos outros, comparamos o que realmente somos (ou achamos ser) com a imagem idealizada dos outros, que nem sempre mostra a verdade.
É preciso combater essa mania de fantasiar e enfeitar as coisas que somos ou fazemos, mas também de como nos sentimos em relação à como achamos que devíamos ser/estar (expectativas), e em relação aos outros (comparação).
Contudo, se há uma promessa que você pode fazer para si mesmo, que seja: eu não vou negar a minha experiência única como ser humano.
Então exista, tropece, encontre a sua luz no fim do túnel, descubra as coisas sozinha, quebre a cara, cometa erros, temperamental ou triste, talvez contemplativa, resolva problemas com um copo de vinho, ou uma pizza, está tudo bem não saber, não ter respostas. Não há problema em sentir que o chão está sacudindo sob seus pés. Seja você mesmo. Seja verdadeiramente você. Largue a perspectiva daquilo que é ideal, parta da sua realidade hoje e sempre. Isso é liberdade e qualquer passo pra qualquer caminho deve partir sempre daí.
Para entender porque propus essa promessa, antes precisamos definir resumidamente o que faz uma pessoa feliz. É uma formula simples:
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