*MOMENTOS BONS: Nos trazem felicidade
*MOMENTOS RUINS: Nos trazem experiência
Durante uma vida, todos já tivemos em algum momento aquela sensação de "meu mundo caiu". Pelo menos algumas dúzias de vezes em nossas vidas já nos encontramos numa situação tão emaranhada e desesperadora que não conseguia nem mesmo acreditar que algum dia voltaria tudo ao normal.
De alguma forma, durante cada um desses apocalipses pessoais, esquecemos que em todas as vezes anteriores de alguma forma as coisas se ajeitaram, e aqueles problemas hoje não são nem mais relevantes.
Ainda assim, quando a catástrofe vem, ela sempre parece prometer a morte ou pelo menos uma desfiguração completa da totalidade de nossas vidas, e assim nos sentimos destruídos pelo desespero e pela indignação. Se ao menos nos lembrássemos que quase todos os problemas que tivemos já foram solucionados, exceto talvez um ou dois desenvolvimentos mais recentes...
Se a gente for parar pra pensar os nossos problemas são os mesmos que todos os seres humanos sempre tiveram.
Você nunca descobrirá um jeito de sofrer que já não tenha sido plenamente explorado. Coração partido, a morte de pessoas amadas, doenças e velhice, dor crônica, vergonha, dependência de substâncias, fracasso, pobreza e pesadelos introspectivos são reinos já desbravados consistente e exaustivamente pelas pessoas ao longo de milhares de anos, e em graus muitos piores com que hoje nos deparamos. No fundo, há apenas alguns poucos tipos de problemas humanos, e todos eles já foram confrontados e sofridos em algum momento.
A experiência da humanidade com o sofrimento é um recurso disponível para cada um de nós, uma vez que para cada problema humano clássico há um universo de literatura sobre as melhores formas de lidar com as coisas que os outros humanos encontraram, e nunca foi tão fácil acessar essa sabedoria.
Os pensamentos mudam muito mais rapidamente do que os acontecimentos da vida, assim, um minuto de pensamentos preocupados nos fazem vivenciar mentalmente uma dúzia de problemas.
É fácil se perder nesse reino abstrato, pensando que tantas coisas estejam acontecendo “ao mesmo tempo” para que nos decidamos sobre o que fazer, mas quando estamos prontos para realmente lidar com um problema no mundo físico, podemos seguramente ignorar os outros por um instante, enquanto lidamos com aquele específico.
A maioria das pessoas parece ser pessimista.
Saber que se é pessimista é saber que as coisas geralmente são melhores do que parecem ser. Uma mente pessimista muitas vezes cria uma imagem mental da situação que é muito mais perigosa e difícil de resolver do que efetivamente se mostra na vida real.
Onde quer que se esteja, é possível fazer algo para tornar o resto do dia melhor, e isso quer dizer que não se está numa situação desesperadora. Não importa quão pequena seja a ação, uma vez que se reconheça que se é capaz de melhorar a situação, o sentimento de desespero não vai continuar, a não ser que se queira.
O desespero é uma aflição de pensamentos confusos, e não tanto de circunstâncias confusas, e isso se torna mais claro quando se começa a agir sobre as circunstâncias. Várias vezes ao longo de minha vida vi um dia infernal se tornar tolerável no instante em que dou um peteleco em pelo menos um de meus dilemas.
Particularmente, quando acreditamos que nosso problema é culpa de outra pessoa, é tentador esperar que a pessoa responsável assuma enfim sua responsabilidade. Isso não ocorre frequentemente, e no mais das vezes estamos mesmo errados sobre quem botamos a culpa, de todo modo. A gente sempre quer que a culpa seja de outra pessoa, e não acho que isso seja a exceção aqui.
Acreditar que o outro é responsável é tentador porque nos deixa fantasiar um fim surpreendente para nossas crises, igual quando vemos um filme com aquela cavalaria que chega bem na hora H (nesse caso, a cavalaria dos cavaleiros do apocalipse), e faz o protagonista parecer bobo. Mas isso nunca acontece na vida real.
Desafie a tentação de cruzar os braços e esperar por alguma forma de salvação por justiça cósmica – ou pelo menos lembre que haverá uma tentação de não fazer nada, bem no momento em que se devia estar fazendo alguma coisa.
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